Ônibus, quarenta graus Celsius, gente pelada, isso, exato, muita gente. Pelada.
- Pare este veículo!
- O quê?
- Pare o veículo! Não está vendo o grande lago?
- Que grande lago? Você está falando daquele mísero balde d'água?
- Mísero? Meu senhor, se não tens olhos para vê-lo não deverias pilotar este barco!
- Cidadão, se não te sentares serei obrigado a desce-lo do ônibus.
- Pois então permanecerei de pé.
Alguns segundos depois ele finge parar a máquina com brutalidade, o insistente passageiro voa alguns metros até bater na janela. Dois homens do lado de fora conversam:
- Pois é Mateus, dirigir todos os dias o ônibus do hospício me faz pensar se não deveríamos soltar esses loucos e dar-lhes um belo nariz vermelho. Algum grupo de palhaços pode querer adotá-los. Talvez encontrassem seu rumo.
Jorgito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário