terça-feira, 15 de novembro de 2011

Encontro 10.11.2011

Jacques Lecoq e LUME

Já começamos muito bem nosso encontro. Começamos falando de Jacques Lecoq que é um dos maiores e melhores pedagogos do século XX. Ele buscou desenvolver a técnica do teatro físico, ou seja, criar uma linguagem artística corporal e também própria, o que tem tudo haver com clown, pois estamos sempre procurando um “clown próprio” um clown que vem de dentro de nós, buscando e expressando o que, talvez, fique escondido em nosso cotidiano. Lecoq fala em usar bastante nosso corpo, usando-o como aliado para melhorarmos nosso desempenho atuando. Falamos também do Lume, que é considerado um dos maiores centros de pesquisa teatral do Brasil. O grupo Lume também valoriza muito a arte corporal, inclusive, Lecoq inspira-os muito na realização de seus trabalhos por causa de suas técnicas artísticas corporais. Não devemos ignorar os aquecimentos corporais, pois eles nos ajudam muito na hora de entrar em cena. Um palhaço bom é aquele que está com o corpo bem aquecido, com o corpo acordado, atento às coisas, e bem disposto.

Expondo “fraquezas”

Fraquezas entre aspas porque na verdade para um palhaço não existe fraqueza, tudo para o palhaço é motivo de “jogo”, tudo é motivo para brincar e se divertir, inclusive as pequenas coisas, que se tornam grandes diante dos olhos de um palhaço. Podemos até usar nossas fraquezas físicas ao nosso favor, algo que achamos feio, vergonhoso em nosso corpo pode ser engraçado para outra pessoa, e como gostamos de fazer as pessoas rirem, isso se torna uma coisa ótima. Se temos uma perna muito magra, vamos expô-la, vamos mostrar as nossas canelinhas finas para os outros. Se formos gordinhas, vamos mostrar a nossa barriga gorda para eles. Se temos um pé grande, vamos aumentá-lo mais ainda. Para fazermos tudo isso, para termos coragem de fazer essas coisas, temos que, em primeiro lugar, estar bem com nós mesmos, tem que estar confiante e, principalmente, sem medo de expor nosso ridículo.

O público sempre está olhando

NUNCA, JAMAIS podemos esquecer do nosso querido público, não podemos ignorar o contato com ele, não podemos esquecer que ele existe. Temos que sempre procurar um jeito de estar ligado de alguma forma para, também, não perdermos sua atenção. Olhar nos olhos, sentir se o seu jogo está “colando” ou não, perceber a reação deles em relação ao seu jogo. Falando em reação... é bom nunca entrarmos em cena esperando determinada reação do público, pois ele pode nos surpreender e é bom termos em mente todo tipo de reação para não sermos pegos de surpresa quando esperarmos risadas e ninguém rir. Devemos mostrar nós mesmos, acreditar em nossas proposta para que o público acredite nelas também e entre em nosso jogo, em nossa proposta, para que possamos “conquistá-los”.

Foco, galera!

Se, por exemplo, queremos que o público foque em nosso colega de palco em determinado momento, mas nesse mesmo momento não paramos de mexer loucamente nossos braços. Onde o publico vai focar? É logico que ele vai olhar para você. Os movimentos do nosso corpo em cena chamam muita atenção, por isso devemos tomar cuidado com os exageros, com os excessos de movimentação. Devemos ter bem claro onde queremos o foco e em qual momento o queremos.

"A verdadeira técnica da arte de ator é aquela que consegue esculpir o corpo e as ações físicas no tempo e no espaço, acordando memórias, dinamizando energias potenciais e humanas, tanto para o ator quanto para o espectador."  Luís Otávio Burnier

Carla Ramos.

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