quarta-feira, 30 de novembro de 2011

sobre uma terça

Entrega. Eu realmente gosto de estar lá, me entregar, ser corpo e alma, ser aquilo. Na dança sabe. Mas não houve entrega. E não houve resposta. O clima. Não sei. Parece que ninguém estava lá, sabe? Parece que eram só corpos se mexendo, olhando pro nada. Sei lá. Corpos flutuando num clima tão... num clima tão... Pô. Eu não sei a palavra. Na verdade a palavra sempre me foge. Não que eu queira fazer um texto pessoal, não é nada disso. É só porque eu senti um... vazio...  e um vazio numa terça feira entre às cinco e meia e sete e meia é assustador. "Vamos trabalhar o vazio." Trabalhar com o vazio. Trabalhar não é a palavra certa também. Vamos usar o corpo. Tá faltando o corpo, sabe? Tá faltando. Tá faltando. Tá cheio mas tá faltando. Faltou entregar. Faltou encher a cabeça com leveza. Faltou estar lá. Eu poderia ter feito melhor. Eu poderia ter dado o melhor de mim. 
A gente sempre pode. 
Mas só descobre depois.

Kemely

Nenhum comentário:

Postar um comentário