domingo, 27 de novembro de 2011

O caminho...


Aquele palhaço bandido matou duas pessoas. Uma com vida e a outra sem. Uma delas morreu asfixiada pelo riso, sorrindo. A outra, imune a ele, dormiu morrendo. Eram duas pessoas bem diferentes, mas o palhaço quis, deliberadamente matá-las. Ele tinha desejo pela morte. Aquele momento, somente um, em que o silêncio toma conta e não deixa de caber, era mágico. Era um palhaço cheio de tortuosidades e torturas. Matou sim, pelo silêncio, mas também – e isso nem ele sabia – pela incapacidade de decidir entre aquelas pessoas. Via nelas um caminho, que ele não suportava. ERA descaminho. As duas pessoas cordas, diametralmente opostas, puxavam-lhe. Ele, decididamente indeciso, seguia em linha reta. Por isso matou.

Eduardo

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