domingo, 27 de novembro de 2011

Manoel de Barros

Assunto do encontro do dia 24.11.2011

Entonces...
Neste encontro vimos o filme “Só dez por cento é mentira” que retrata a vida do poeta mato-grossense Manoel de Barros.

O que é realmente poesia?

Manoel é um carinha muito criativo e escreve muito bem, desconstruindo a lógica das coisas, que, vamos combinar, tem tudo haver com o clown e com a nossa proposta.  Para ele, poesia não tem um conceito formado, poesia é o que vem de dentro, é o que transmite o que você sente no momento em que escreve. Não precisa ter uma lógica para escrever.  Se tiver uma lógica muito bem, se não tiver melhor ainda. As crianças, por exemplo, são poetas por não saberem ainda a lógica das coisas, por não saberem muito bem o que falar, falam coisas sem sentido e Manoel se utiliza disso aprendendo com elas.



                                              
 “Eu escuto a cor dos passarinhos”. Como assim escutar a cor dos passarinhos? É isso que as crianças fazem, elas não sabem que escutamos sons e não cores, mas elas falam isso acreditando que elas podem mesmo ouvir as cores de um passarinho.
TÁ, e qual é a relação disso com o clown, qual é relação disso com o que nós queremos??????
TODA! Temos que acreditar no que nós fazemos, tendo lógica ou não. Se acreditarmos que podemos ouvir as cores de um passarinho, conseguiremos mesmo ouvir as cores dele. O clown antes de tudo tem que ser uma criança, que questiona tudo, que mesmo não tendo um senso crítico formado ainda, critica tudo o que aparece em sua frente, dá sua opinião sobre as coisas achando que está certo e acreditando naquilo que fala na maior inocência.
Assim como Manoel dá às palavras sentidos diferentes dos normais, ele também faz isso com os objetos, tirando o objeto de sua utilidade usual, fazendo-o servir para outra coisa. Nós, como clowns, temos que parar de olhar para os objetos com olhos de “pessoas razoáveis”, como disse Manoel,  e passar à olhá-los com olhos de clown, olhos que vejam além do que está na nossa frente, além do que é nos é mostrado e ensinado.
Ele se expressa de uma forma muito diferente dos outros poetas, usa inversões que nos fazem pensar melhor sobre o que estamos lendo, inversões que fazem as pessoas desconstruírem sua visão do que é normal. Será que tudo que vemos e tocamos pode servir só para uma função especifica, pode fazer só uma determinada coisa? Não, claro que não. É isso que Manoel nos mostra através de suas poesias e seus desenhos.

Aí vai o trailer do filme pra quem estiver interessado:


Carla.


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